Porque pior que a desdita loucura
é toda a gente andar em brasa
mas ninguém chegar a incêndio
E no fim são todos cinza
Cláudia R. Sampaio, in Ver no Escuro
Curadoria:
Hugo Barata | João Paulo Serafim | Luís Alegre | Micaela Fikoff | Orlando Franco | Paulo T. Silva | Rita Carvalho | Rodrigo Peixoto
Artistas participantes: Finalistas das licenciaturas em Design de Comunicação e Fotografia da Universidade Lusófona (Lisboa) e artistas em residência no ateliê do Pavilhão 31, nomeadamente António Costa, Emídio Aboobacar, Firmina Vaza, José Ribeiro, Lígia Pinheiro, Miguel Mendonça) e a participação especial de Maria Vidal e Cláudia R. Sampaio.
Aberto ao público de quarta a sábado, das 14h às 19h (excepto feriados).
Visitas guiadas para grupos, de segunda a sábado, gratuitas, mediante marcação.
A exposição “Duas verdades, uma mentira” resulta da parceria entre a P28, o Delli Press e a Fo:RCE (ambos Universidade Lusófona – Centro Universitário de Lisboa) e procura dar a ver um conjunto de processos artísticos e metodológicos no âmbito das licenciaturas em Design de Comunicação e Fotografia, para além de proporcionar a muitos dos seus participantes uma primeira experiência prática em contexto expositivo.
“Duas verdades, uma mentira” pretende também explorar os conceitos de diálogo e partilha nas suas múltiplas vertentes, fazendo surgir um território que une criadores e observadores, transcendendo barreiras temporais, espaciais e/ou culturais.
A mentira na Arte não é, necessariamente, uma falsidade assumida, mas uma construção, uma ilusão que nos desafia, deslocando a realidade para que a possamos olhar de outro ângulo. O jogo entre verdade e mentira serve para provocar questionamento, instigar a curiosidade, para abrir outras dimensões de entendimento e questionamento, edificando uma comunicação mais profunda e complexa. Iludir ou desejar ser iludido é a tarefa complexa do artista sobre aquilo que é imaginado, sonhado ou subvertido.
Assim, a exposição que agora se inaugura no Pavilhão 31 apresenta um conjunto de trabalhos em diferentes tipos de meios e suportes, da fotografia ao vídeo, do livro de autor à instalação. Convidando o observador a participar ativamente nestes questionamentos e processos, a questionar as suas próprias perceções e a engajar-se num ato de comunhão, esta exposição sublinha o poder transformador da Arte em conectar pessoas, em estimular a reflexão e a promover a empatia. Ao celebrar este momento, reafirmamos o papel e o poder do objeto artístico tornado espelho da condição humana e enquanto elo que nos une na diversidade e liberdade, adocicando ou amargurando a nossa perceção sempre mutável da realidade.