Sobre

A P28 – Associação de Desenvolvimento Criativo e Artístico tem como missão a difusão da arte contemporânea e, como responsabilidade cultural/ social, a arte na doença mental.

No seu histórico, conta com mais de 20 anos ininterruptos de trabalho curatorial, de programação e de ensino artístico no Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa (CHPL) com diversos e variados projetos, tais como o Pavilhão 28 ou o Pavilhão 31 – a única galeria de arte nacional que apresenta parcerias entre artistas profissionais e artistas residentes numa unidade de saúde mental. Este conceito programático procura desestigmatizar o artista com doença mental e contribuir para a sua valorização artística e pessoal, procurando validar a obra de arte enquanto peça por si só.

Na sua atividade, a P28 explora a relação entre a cidade, seus espaços, “não lugares” e cultura. Detentora de uma posição singular e crítica, viabiliza o “salto” dos seus artistas para o exterior (extra-muros). Assim, além de promover o desenvolvimento artístico, a P28 também é estrutura de criação, posicionando-se como intermediário entre artistas e o público, reunindo e disponibilizando espaços para encontros artísticos e, consequentemente, de partilha. As suas funções distribuem-se pela produção de projetos artísticos quer a nível nacional quer a nível internacional.

Missão

Eis as linhas gerais de atuação da P28:

– Promover a participação e qualificação das comunidades e dos públicos na cultura, em diversos domínios da atividade artística e boas práticas de acessibilidade, ao difundir a criação dos artistas participantes, criando-lhes condições de visibilidade que permitam uma maior interação com o público e o fomento de uma maior e natural proximidade entre o cidadão e a arte/ cultura, contribuindo para a banalização no acesso a propostas de caráter cultural.

– Promover a inclusão social, a cidadania e a qualidade de vida das populações, designadamente dos artistas doentes mentais, público-alvo e beneficiários da P28, ao ajudar a quebrar definitivamente com o estigma associado à saúde mental, elevando-o à sua verdadeira condição de ser humano com valor, não só artístico como social.

– Concorrer para a promoção da equidade no acesso à cultura, elemento fundamental nas sociedades modernas de incremento de cidadania (sem cultura não pode haver plena cidadania), com especial destaque na criação de uma legitimidade artística e humana para o público-alvo e beneficiário da P28; uma “igualdade” conquistada que se traduz num maior e melhor desenvolvimento nas suas relações humanas e criativas, permitindo alcançar patamares intelectuais e profissionais importantes para o seu desenvolvimento.

Histórico

A P28 – Associação de Desenvolvimento Criativo e Artístico foi legalmente constituída em 2009. No seu currículo conta com a organização de um número significativo de eventos no âmbito dos seguintes projetos expositivos realizados dentro do parque do CHPL: PAVILHÃO 21C (2006); PAVILHÃO 28 (2007–2010), com as coletivas “Analema ou o Tempo Traduzido”, “At/By/For/Into/Around the House”, “Alternativa 1”, “Turn Me On”, “Landscape”, “Vestígio”, “In Connection”, “À Vontade do Freguês”, “Quartos/ Rooms/ Chambres/ Zimmers”, “Superchase”, “Laboratório #5, Way Out”, “White Garden”, “Arte Ocupa Lisboa, Paris… e também Hamburgo”; PAVILHÃO 27 (2010), com a exposição coletiva “Os Outros”, com Pedro Cabrita Reis; PAVILHÃO 31 (2012–), destacando-se aqui as exposições “31”, com Eduardo Souto Moura e Miguel Palma, “31/2”, com Jeff Koons, “A Entrevista”, com Anabela Soares & Emir Kusturica, ou “Cabrita Reis @P8/P31”.

No que diz respeito a eventos de arte pública, sublinham-se: ESPAÇO3 [espaço ao cubo] (2009–10) e MONTRA (2012–13), projetos realizados no Centro Comercial Alegro Alfragide e reveladores de uma nova geração de artistas portugueses; FULLPAGE (2010), de intervenção em páginas de publicidade da revista “Flash Art”; PAMPERO PUBLIC ART (2010); RED BULL HOUSE OF ART (2012); JANELA (2013), realizado nas carruagens da CP; OUTDOOR, exposições coletivas em outdoors de Lisboa, Porto e Faro, com a participação de Adriana Varejão, Bedwyr Williams, Chitra Ganesh, Erwin Wurm, Gabriela Albergaria, Jesper Just, Jorge Molder, Leonid Tishkov, Luísa Cunha, Marcel van Eeden, Mário Feliciano, Miguel Palma, Paulo Mendes, Pedro Cabral Santo, Pedro Cabrita Reis, R2 Design, Susana Anágua e Susanne Themlitz (2012), e de Jeff Koons, William Wegman, Gilbert & George, Jason Martin e Robert Morris (2016);

CONTENTORES (2010–2022), instalações artísticas com contentores marítimos nas Docas de Alcântara, Centro Cultural de Belém, Guimarães 2012 – Capital Europeia da Cultura, Bienal de Liverpool 2012/ Tate Liverpool, Fundação EDP, Marina de Cascais, Novo Terminal de Cruzeiros e Terminal de Contentores de Lisboa, com nomes como Bruce Nauman, Luísa Cunha, Pedro Cabrita Reis, José Pedro Croft, Francisco Aires Mateus, Jorge Molder, António Ole, Carlito Carvalhosa, Miguel Palma, Pedro Cabral Santo, Paulo Mendes, Vhils, Gabriela Albergaria, Luísa Mota, António Bolota, João Seguro, Susana Gaudêncio, António Olaio, Xana, Roberto Huarcaya, João Louro, Luís Alegre, entre outros.

Equipa

O esteio da P28 é o seu núcleo diretivo, que em duas décadas de atividade se manteve intacto (com Sandro Resende e José Azevedo), desenvolvendo, implementando e conduzindo uma experiência absolutamente inovadora e original no contexto nacional. A evolução deste projeto, para além da imperiosa necessidade de profissionalização, fez com que a equipa de gestão e direção fosse reforçada, em 2020, com a entrada de dois novos elementos, Nuno Aníbal Figueiredo (P28) e Catarina Gomes (Manicómio), que vieram redobrar a capacidade de resposta.

Por outro lado, e infelizmente, com a morte de um dos fundadores – o saudoso José Azevedo – foi necessário não só preencher a lacuna na direção (ocupada agora por Sandro Resende, Nuno Aníbal Figueiredo e Luís Alegre, da Stolen Books), como recrutar e formar gente para o acompanhamento permanente nos ateliês de artes plásticas no CHPL, a cargo da P28. Deu-se assim a entrada de Micaela Fikoff e, mais recentemente, de Joana Ramalho, ambas artistas do coletivo Manicómio. Com a chegada de André Gonzaga, no apoio à produção, e de Omar Cunha, na componente administrativa, consolidou-se uma equipa que se pretende autossuficiente. Este reforço visou, mais do que honrar, superar os compromissos da P28 e considerar a expansão no seu âmbito geral de ação.

Há ainda uma forte e decisiva rede de colaboradores, constituídas por técnicos, incluindo psicólogos e terapeutas, mas sobretudo artistas, que acompanham desde o início a missão da P28, integrando e “possibilitando” as inúmeras atividades que, desde há 20 anos, temos desenvolvido quer dentro quer fora do CHPL/ Manicómio.