Com Carlos Aires (Espanha, 1974) | Catarina Leitão (Alemanha, 1970) | Charlie Chaplin (Reino Unido, 1889-1977) | David Maljkovic (Croácia, 1973) | Edgar Martins (Portugal, 1977) | Erik Samakh (França, 1959) | Tribute to Fernand Léger (França, 1881-1955) | Fernando Conduto (Portugal, 1937) | John Trashkowsky (Suíça, 1978) | Kiluanji Kia Henda (Angola, 1979) | Lia Chaia (Brasil, 1978) | Miguel Palma (Portugal, 1964) | Micaela Fikoff (Brasil, 1965) | Oscar Tuazon (EUA, 1975) | Pedro Valdez Cardoso (Portugal, 1974) | Pedro Vaz (Moçambique, 1977) | Rosa Carvalho (Portugal, 1952) | Sara e André (Portugal, 1980, 1979) | Victor Pires Vieira (Portugal, 1950).
Inauguração: 15 de Novembro, às ##h
Exposição patente até 18 de Janeiro de 2026
Horário: Quarta-Domingo – 15:00-19:00
Local: Casa d’Avenida: Av. Luísa Todi, n.º 286, Setúbal
A exposição coletiva Camouflage explora dinâmicas de percepção visual no campo da arte contemporânea através de uma seleção de autores que expressam aspectos e estratégias de camuflagem no seu trabalho.
A P28 – Associação para o Desenvolvimento Criativo e Artístico inaugura a 15 de novembro, na Casa d’Avenida, em Setúbal, a segunda parte da exposição “Camouflage”, uma mostra coletiva que reúne artistas contemporâneos nacionais e internacionais cujas práticas exploram estratégias e linguagens de camuflagem. Este segundo capítulo sucede à primeira apresentação do projeto, realizada em Lisboa, nos meses de maio e junho, na Galeria do Pavilhão 31.
A pertinência de uma segunda exposição dedicada à camuflagem resulta da profunda riqueza histórica e conceptual deste tema, com forte presença nas artes do século XX e na produção contemporânea. A amplitude e atualidade deste universo visual e simbólico motivaram o desdobramento do projeto em dois momentos distintos, permitindo revelar diferentes perspectivas sobre o “tornar-se invisível”, o disfarce e a fusão com o ambiente.
A exposição reúne um conjunto diversificado de artistas: Carlos Aires, Catarina Leitão, Charlie Chaplin, David Maljkovic, Edgar Martins, Erik Samakh, Fernando Conduto, John Trashkowsky, Kiluanji Kia Henda, Lia Chaia, Miguel Palma, Micaela Fikoff, Oscar Tuazon, Pedro Valdez Cardoso, Pedro Vaz, Rosa Carvalho, Sara & André e Victor Pires Vieira. Participam também quatro artistas que integraram o primeiro capítulo da mostra em Lisboa — Catarina Leitão, Miguel Palma, Pedro Valdez Cardoso e Edgar Martins — sublinhando a continuidade e aprofundamento da investigação artística em torno da camuflagem.
A curadora Katherine Sirois destaca que a camuflagem, enquanto prática visual, alterou códigos tradicionais de representação, deslocando o olhar do espectador de uma lógica de revelação para uma poética da ocultação. Segundo a curadora, a capacidade de se fundir com o ambiente — física, social ou simbolicamente — convoca estratégias que atravessam campos tão diversos como a história militar, a biologia, a moda, a arquitetura e as artes visuais, refletindo modos de sobrevivência, adaptação e resistência.
Historicamente enraizada nos comportamentos do reino animal e amplamente apropriada pelas práticas humanas, a camuflagem articula mecanismos de disfarce, desvio e dissolução visual. Na transição para o século XX, as primeiras formulações modernas deste conceito surgiram do estudo atento da natureza, influenciando também movimentos artísticos de vanguarda que exploraram o reducionismo, a abstração, a fragmentação e os efeitos ópticos.
Na Casa d’Avenida, o público encontra obras que abordam a camuflagem não apenas enquanto padrão visual, mas como metáfora social e psicológica, atravessando temas como identidade, conflito, vigilância, invisibilidade social e mecanismos de adaptação quotidiana. A artista residente da P28 Micaela Fikoff apresenta uma nova obra concebida especialmente para esta exposição.
Recorda-se que a primeira parte de “Camouflage” decorreu na Galeria do Pavilhão 31, no Hospital Júlio de Matos, e contou com a participação de artistas como Christo, Andy Warhol e Daniel Gustav Cramer. A programação inclui ainda um workshop de produção de papel artesanal reciclado com Lucas Almeida, inspirado no tema da camuflagem, em data a anunciar e mediante inscrição.
A P28 é uma estrutura financiada pela República Portuguesa – Cultura/ Direção-Geral das Artes, no âmbito do Programa de Apoio Sustentado às Artes.