A génese da P28 resultou da constatação do inegável valor de diversas obras que Sandro Resende e José Azevedo viam surgir, há já mais de duas décadas, nos ateliês artísticos que começaram então a coordenar na Unidade de Terapia Ocupacional (U.T.O.), uma das valências do Serviço de Reabilitação Psicossocial do Centro Hospitalar Psiquiátrico de Lisboa destinada aos utentes com diagnóstico de disfunção ocupacional, provenientes dos diferentes serviços do CHPL.
Inseridos agora preferencialmente no Pavilhão 31 (Galeria e Ateliê da P28), estes ateliês possibilitam o contacto permanente entre os artistas que lá trabalham, os artistas que lá preparam as suas exposições e todos os que se aproximam da nossa esfera, atraídos pela dinâmica interna, entre público genérico ou estudantes. O ecletismo e heterogeneidade da programação concorrem igualmente para o cruzamento de diversas sensibilidades, estilos ou linguagens, gerando uma experiência tão plural quanto enriquecedora.
Tais atividades laboratoriais contribuíram para a P28 alcançar o seu posicionamento e legitimidade no panorama artístico português. Alguns dos seus projetos, unindo artistas com experiência de doença mental a nomes consagrados do meio, tanto portugueses como internacionais, foram apoiados pelo Ministério da Cultura/ Direção-Geral das Artes, nomeadamente as diversas exposições nas diversas galerias do CHPL a cargo desta Associação, mas também projetos exteriores como Interferências, Contentores, Outdoors, Arte Bruta em Portugal ou Nós os Loucos Aqui vos Esperamos.